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sábado, 15 de maio de 2010

Tentando explicar o inexplicável

Talvez tenha sido essa a palavra que traduza o jogo entre Grêmio Prudente e Atlético Mineiro válido pela segunda rodada do campeonato brasileiro. Inexplicável. O time da casa, faria seu primeiro jogo em um campeonato nacional na cidade de Prudente. Logo contra o Atlético, atual campeão mineiro e que havia vencido seu primeiro jogo por 2 a 1, contra o Vasco, no Mineirão. O Prudente, perdeu para o Avaí por nada menos que 6 a 1, em Florianópolis.

Durante a semana, o treinador do galo, Vanderlei Luxemburgo, deu a entender que seu time iniciaria a partida desde sábado com uma formação com três zagueiros. Formação perigosa, é vantajosa quando a equipe consegue se adequar ao esquema de jogo. Do contrário, se não tomar cuidado toma na cara, oferece espaços ao adversário. O time da casa entrou em campo com três desfalques. Expulsos, o zagueiro Paulão e o meia Carlos Eduardo não jogaram, e o atacante contundido Willian, foi substituído por Araújo.

O jogo mal começou e o Grêmio marcou seu primeiro gol de boas vindas, logo no primeiro minuto. Araújo marcou no meio de uma defesa com três zagueiros atleticanos. Todos mal posicionados, Jairo, Werley e Benítez. O Atlético tentou equilibrar o jogo, mas 15 minutos mais tarde, em uma jogada de escanteio, o time da casa aumentou com Flavinho. Lance típico de gols sofridos pelo galo, que insiste em tomar gols dessa maneira. Luxemburgo, como de costume, mexeu no time ainda no primeiro tempo. Saiu Benítez da zaga, para a entrada de Ricardinho, no meio. O 4-4-2 não surtiu efeito. O time continuou nervoso, e essa tensão era comprovada pelos excessivos cartões amarelos (primeiro Fabiano, depois Jairo Campos, Evandro, Zé Luís e Diego Tardelli). Ainda sendo derrotado por 2 a 0, o Atlético tentava mostrar que dava, mas difícil foi, em todo o jogo, encontrar alguem que se salvasse. Só de passes errados, foram mais de trinta. Estavam todos molengas em campo. Enquanto o galo jogava como em um amistoso, o Prudente parecia que disputava um título. Aos 41 minutos, Jairo Campos é traído pelo pique na corrida e comete pênalti em cima de Marcelo Oliveira. Henrique Dias bate e aumenta. Para completar, em um bate-rebate, dentro da área, Diego marca mais um, já nos acréscimos. 4 a 0 Grêmio e resultado decretado no primeiro tempo.

Foi lamentável a derrota do Atlético. Sobraram espaços para os jogadores do Prudente. O goleiro Márico foi impecável nas 15 finalizações do galo, que teve um time distanciado, que não se encontrou dentro de campo. O time da casa, dos 8 chutes a gol, marcou 4. Faltou comprometimento dos atleticanos, que nem o tradicional gol de honra marcaram. No segundo tempo, o galo pressionou até os 20 primeiros minutos. Nada mais que isso. Depois, permitiu que o time da casa ainda chegasse com perigo ao gol de Aranha. Pobre Atlético, que terminou a partida aos gritos de olé, de meros 2500 torcedores.

É difícil entender o que houve com o Atlético. Parece que não foi novidade mesmo a derrota, já que o galo nunca venceu duas partidas seguidas em estreias do brasileirão, desde 2003. O time, que não mostrou absolutamente nada, ainda retorna à cidade para encontrar com o mesmo Prudente, pela Copa Sul-Americana deste ano. Nem o mais otimista torcedor gremista ou o maior pessimista atleticano acreditaria nesse tenebroso 4 a 0. É jogo para ser visto e revisto mesmo, observar os erros e melhorar.

Ainda é cedo, e o campeonato está apenas na segunda rodada. Agora, é Luxemburo quem tem o trabalho de elevar o emocional de seus atletas. O treinador não volta para a capital mineira junto com o time. Irá pescar em terras argentinas. É senhor Vanderlei, espera-se mesmo que a cabeça dos jogadores esteja bem fria para o próximo compromisso diante do xará paranaense no Mineirão, por que os torcedores ja estão com os nervos à flor da pele. Quanto ao galo, foi realmente uma pena ver tudo que aconteceu dentro das quatro linhas do Prudentão. Inclusive os quatro gols.

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Jornalismo PUC-MG - Turma 1º/2010