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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Quanto vale o amor à camisa?


Não adianta vir com ladainha por que todo mundo já sabe. Nem mesmo Galvão Bueno pode convencer qualquer inocente torcedor. Não se pratica futebol como nos tempos de antigamente. Hoje, o dinheiro fala mais alto.

O mais recente caso disso que estou escrevendo aconteceu com Kleber, o ex-gladiador do Cruzeiro. Depois de virar ídolo e ícone do time mineiro, o atacante voltou ao Palmeiras beijando o escudo alviverde em sua apresentação. Estranho, já que repetiu o gesto algumas vezes em Minas. Quem acompanhou sua trajetória sabe o que quero dizer. Eu poderia ir mais além, com os tais gestos das torcidas organizadas e a declaração de que nunca deveria ter saído do Palmeiras, mas nessa altura, em terra de cego quem tem um olho é rei.

Duvido que ainda existam jogadores como aqueles que moravam dentro dos clubes, devido a falta de dinheiro, ou outros que não exigiam altos salários para jogar. Não que deseje esse tipo de vida a alguem. Mas me atrevo a apontar dois, que pelo menos se aproximam dessas características: Rogério Ceni (São Paulo) e Marcos (Palmeiras). Ainda vale a pena tornar-se um deles?

Como jornalistas, precisamos ver os dois lados das coisas. Quem não quer mais dinheiro, melhoria de vida? Mas o problema é a situação do torcedor. Ele tem amor á camisa. Ver qualquer ídolo jogar em um time rival, por exemplo, excede todos os seus limites emocionais... Por enquanto, aguardamos o que mais esta empresa milionária do futebol nos oferece. Mas, se na Roma antiga, era o público quem decidia o destino dos gladiadores, no século XXI, se depender de muitos na torcida do Cruzeiro, Kleber não retorna sequer no espaço aéreo da Toca da Raposa.

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Jornalismo PUC-MG - Turma 1º/2010